Uma Diminuta Fresta donde posso Olhar
- Eduardo Worschech

- 4 de out.
- 1 min de leitura

Talvez fosse a última folha que vi no chão naquele dia, depois de exaustiva percepção ininterrupta, que sem piscar, acompanhei aquele outono.
As vitoriosas despedidas dos ventos, que espalmaram delicadamente as costas de todos ali presentes, de vagarosa e rubra feição, ascendeu as alturas as criaturas, que puderem sentir a abobada celeste, ali, a um toque da eternidade.
Tudo agora amainado, afago que descansa sem pesar o menino adormecido na relva que compõe seu nascedouro, alaranja-se com as vestes douradas da aurora, e esquenta os corações com sua seiva natural.
Se eu pudesse, contaria grão a grão as areias do deserto, e usaria minha imaginação para somar aquilo que à matemática nunca foi permitida, pois ao nomadismo desértico, somente uma boa dose de loucura faria nos deixar sóbrios novamente.
Estiquei assim meu braços, e mancheei com minhas mãos o horizonte em sua longínqua morada, e arrastei-a para ao meu lado, e admiramos juntos o quanto nossa composição faz-se universal.
E por um deveras acaso, nossas corpóreas aceitações puderam sentir entrecruzadas nossas afeições e desejos, finalmente nossos logros puderam emergir, por sob a macia pele que agora toco.




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